domingo, 5 de maio de 2024

DIA DA MÃE

Porque hoje é “DIA DA MÃE”

CARTA À MINHA MÃE

Mamã,
Hoje vou elevar para ti um pensamento muito especial, mais intenso.
Sabes que te recordo todos os dias.
Deixaste-me há tantos anos, mas na minha memória, que já não tem a vivacidade de outros tempos, continuas tão nítida como nos dias em que eu te tinha junto de mim.
Não há um só pormenor que eu não recorde dos últimos momentos que passámos juntas.
Depois de tratar da tua higiene (ficaste tão linda, tão fresca!) recostei-te na almofada para te dar o pequeno-almoço.
Como de costume não quiseste comer nada, apenas bebeste um pouco de leite. Ainda insisti, sabendo, de antemão, que irias recusar:
- Por favor, mamã, come só uma torradinha pequenina, faço-ta num instante.
Com aquele sorriso lindo que conservaste até ao fim, respondeste-me:
- Não, minha filha, não consigo.
Sentias calor. Com a minha mão esquerda segurando a tua mão esquerda, apanhei o leque que estava sempre em cima da mesinha, e, suavemente, comecei a agitá-lo, para te refrescar.
Não sei quanto tempo estivemos assim. Esse é o único pormenor que esqueci: quanto tempo estive segurando a tua mão.
Estavas tão frágil! Parecias transparente.
Como uma flor murchando lentamente, uma vela perdendo a intensidade do seu brilho, a qual um ligeiro sopro faria apagar.
Assim te vinhas mantendo nos últimos tempos: quase sem te alimentares, a voz cada dia mais fraca, os gestos mais lentos, os cabelos embranquecendo até ficarem alvos de neve…
Naquele dia, recostada na almofada, de olhos semicerrados, parecias irradiar uma luz especial.
Numa comunhão perfeita entre nós duas, abriste os olhos, olhaste-me com um ligeiro sorriso e um carinho imenso que me inundou o coração, ao mesmo tempo que me provocava um estranho estremecimento.
Depois, lentamente, muito lentamente, levantaste a mão direita e esboçaste um ligeiro aceno, que mais tarde interpretei como um adeus.
Pousei o leque e segurei a tua mão entre as minhas. Um suspiro profundo indicou-me que acabavas de partir.
Continuei assim não sei por quanto tempo, sem um grito, um lamento… apenas deixando as lágrimas deslisarem-me pelo rosto.
Partiste tão serena como viveste, pelo menos o último ano da tua vida.
Sei que estás num lugar especial, que foste merecendo ao longo dos teus dias neste mundo, por onde passaste praticando sempre o bem.
Foi este pensamento que me fez aceitar a tua partida com resignação, e me leva a pensar em ti todos os dias com um imenso carinho.
Até um dia, mamã. Sei que voltaremos a ver-nos.
Mariazita

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

16º. ANIVERSÁRIO

 16º. ANIVERSÁRIO

 É verdade! Hoje faço 16 anos! Estou quase a atingir a maioridade 😊.

Como todos sabem a minha “dona” tem estado bastante doente. Está prestes a fazer um ano – Abril de 2023 – que começaram os seus problemas de saúde, que vieram a revelar-se bastante graves e, por isso, de não muito fácil solução.

A parte física está quase a 100%; a vertente neurológica está um pouco mais difícil de atingir o ponto de equilíbrio, nomeadamente no que à inspiração diz respeito.

Resolvi, por esse motivo, não a sobrecarregar com festas de Aniversário. E como já passaram muitos anos desde o meu nascimento, e muitos de vós não me conheceis dessa altura… vou mostrar-vos como nasci:

HOJE, 14 DE FEVEREIRO DE 2008

DIA DE S. VALENTIM E DOS NAMORADOS

ABRE-SE A PORTA DA CASA DA MARIQUINHAS


A ORIGEM DO NOME “A CASA DA MARIQUINHAS”

A escolha do nome para este meu/vosso sítio é uma forma de homenagem ao meu filho.

“Mariquinhas” é o “nickname” com que ele me “baptizou” e que usa, por brincadeira, em vez do habitual “mãe”.

A ele devo a maior parte dos poucos conhecimentos de informática que possuo.

A ele devo a criação deste sítio. Sem ele, a realização deste sonho teria sido, se não impossível, pelo menos bastante mais complicada.

A ele dirijo o meu agradecimento.

Recebi ofertas de ajuda de amiga(o)s. Para eles também o meu reconhecimento. Permitam-me um agradecimento especial a Ana Carina pela sua preciosa ajuda.

Ao criar este espaço é nossa intenção proporcionar-vos agradáveis momentos de lazer.

Tentaremos fazer-vos sorrir, meditar, reflectir…

Com o vosso apoio e estímulo alcançaremos estes objectivos.

Um  «Bem haja !» a todos.


Talvez a mais rica, forte e profunda experiência da caminhada humana seja a de ter um filho.

Plena de emoções, por vezes angustiante, ser pai ou mãe é provar os limites que constituem o sal e o mel do ato de amar alguém.

Quando nascem, os filhos comovem por sua fragilidade, seus imensos olhos, sua inocência e graça.

Basta vê-los para que o coração se alargue em riso e cor. Um sorriso é capaz de abrir as portas de um paraíso.

Eles chegam à nossa vida com promessas de amor incondicional. Dependem de nosso amor, dos cuidados que temos. E retribuem com gestos que enternecem.

Excerto de – Os Pais envelhecem (a publicar na íntegra, brevemente)

Desconheço autoria

 

E porque hoje é Dia dos Namorados, veja uma das suas possíveis origens

DIA DE S. VALENTIM, DIA DOS NAMORADOS

A igreja católica reconhece três santos com o nome de Valentim.

Destes, o que se associa ao Dia dos Namorados, é um mártir de Roma antiga, de nome Valentine, que viveu nos tempos de Cláudio II.

Com o objectivo de criar um grande e poderoso exército, e tendo dificuldade em reunir homens em número suficiente, o imperador proibiu os casamentos, pois acreditava que os jovens sem família mais facilmente se alistariam no exército.

Contrariando esta proibição, um bispo romano, Valentine, continuou a celebrar casamentos secretamente.

Descoberto, foi preso e condenado à morte. Durante o tempo que esteve preso os jovens atiravam-lhe flores e bilhetes onde afirmavam a sua fé no amor.

Dentre eles encontrava-se a filha do carcereiro, uma jovem cega, Asterius, que conseguiu autorização de seu pai para visitar Valentine na sua cela. Acabaram por se apaixonar, e, como que abençoando esse amor, aconteceu um milagre – Asterius recuperou a visão.

Valentine acabou por ser decapitado a 14 de Fevereiro do ano 270 d.C.

Na Roma antiga era festejado o início da Primavera a 15 de Fevereiro. Para o festejar, na véspera desse dia eram colocados, em recipientes próprios, papeis com os nomes das raparigas solteiras. Cada rapaz tirava um papel, e a rapariga que lhe coubesse em sorte seria sua namorada durante o festival, e, nalguns casos, durante o resto do ano.

Com o decorrer dos tempos o dia de S. Valentim, 14 de Fevereiro, começou a ser considerado Dia dos Namorados, que é festejado com trocas de presentes e cartas de amor. No início do Sec. XIX já eram comercializados cartões de S. Valentim.

Menos romântica do que esta explicação é a que alguns defendem:

Na Idade Média celebrava-se no dia 14 de Fevereiro o início do acasalamento das aves. Nessa data os jovens apaixonados trocavam entre si mensagens amorosas.

Seja qual for a verdadeira, eu prefiro a do bispo Valentine.

Em Portugal, a devoção a S. Valentim é bastante limitada. O costume de festejar o Dia dos Namorados é relativamente recente. De qualquer modo, aja de acordo com a tradição: ofereça um presente à pessoa que ama. Mesmo que já tenha 100 anos e viva com ela/ele  há mais de 80 !!!

Feliz Dia dos Namorados


E foi assim que eu nasci! 16 anos depois peço-vos que ergam uma taça comigo, e digam:

PARABÉNS !!!

                       
      

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO

NOITE DE NATAL


 Natal de Paz iluminado pelo Amor

Nesta santa noite brilhante de Alegria!

No coração, pleno de cor e Harmonia,

Oremos aos céus pela Paz, com muito ardor.

 

Que haja magia nesta noite de Natal.

E os corações estejam plenos de esperança.

Que as almas permaneçam em doce aliança.

E que o Amor ilumine a todos, por igual.

  


FESTAS NATALÍCIAS MUITO FELIZES PARA TODOS! 

sábado, 23 de setembro de 2023

DOENÇA

 Queridas amigas e queridos amigos.

Tenho estado MUITO doente, o que me tem mantido afastada de todos os meus contactos.
No dia 29/06 fui operada a um adenocarcinoma (vulgo câncer) do colon ascendente. A cirurgia correu lindamente, de tal modo que o médico tencionava dar-me alta após três ou quatro dias. Mas... surgiu uma grave infecção que obrigou a nova cirurgia 10 dias depois da primeira.
A partir daí foram problemas atrás de problemas, inclusive apanhei uma bactéria multi resistente que provocou um "incidente" que podia rer sido fatal. Mais tarde o médico confessou-me que na altura chegou a pensar que "me tinha perdido" . Eu respondi-lhe: Também eu pensei que tinha chegado o meu fim. Foram momentos de grande aflição.
Não vou alongar-me mais nestes pormenores que me obrigaram a 2 meses de internamento no Hospital Cuf Tejo.
Desde que tive alta tenho feito fisioterapia, mas a recuperação tem sido bastante difícil, pois quando cheguei a casa parecia um bebé, nem sequer “sabia” andar. Agora já consigo caminhar sozinha, apenas apoiada na mão do filho ou da filha. A minha alimentação obedece a uma dieta bastante rigorosa, porque o trânsito intestinal está difícil de controlar. Enfim. com o tempo tudo se há-de resolver.
Quero agradecer a todos o carinho e o apoio manifestados pela minha saúde.
OBRIGADA!
odas as reações:

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Amigas e Amigos

 Minhas queridas e meus queridos amigos

Continuo internada no hospital, onde dei entrada e fui operada pela primeira vez no dia 29.06. Não tenho ainda data prevista para alta, mas nessa altura darei noticias. Pelo telemóvel custa-me muito escrever.

Toda a minha gratidão, meu carinho e meu amor fraternal para todos que me dirigiram apoio. 

Beijinhos

quinta-feira, 27 de abril de 2023

(Foto na Clínica CUF, em 26/04/2023)

 Minhas queridas amigas e meus queridos amigos

Lamento muito mas, durante algum tempo, vou estar ausente deste espaço.

Encontro-me bastante doente, e os próximos tempos vão ser passados entre consultas médicas e exames.

Mas… não desistam de mim, porque EU VOU VOLTAR!

Tudo de bom para todos vós.

Abraço apertado e beijinhos.

PS – Peço desculpa a quem me visitou e eu não agradeci, retribuindo a visita. Já há um certo tempo que não me tenho sentido bem.

Hei-de visitar TODOS, assim espero.

sábado, 1 de abril de 2023

MOMENTO DE POESIA - REENCONTRO

 


REENCONTRO

De repente surgiu o desejo,
de te fazer um poema.
Dizer-te, por palavras,
Neste nosso reencontro,
O que um simples olhar
Não teria força para expressar.

Quisera, haver em mim, beleza
Para te dar.
Mas a imagem, pelo espelho reflectida,
Mostra que o tempo passou
E não parou.
E como passou!

Para este nosso reencontro
Insinuaste um sinal,
Temendo estragos que o tempo tenha feito.

“Talvez de flor ao peito”…
Gracejaste, recordando tempos idos,
em que fingíamos ser desconhecidos.

Havia ironia na tua voz,
Brincavas.

Ironia maior a do destino,
Que nas marcas deixadas pelo tempo,
Não guardou espaço para o esquecimento.

 

Mariazita

Maria Caiano Azevedo



quarta-feira, 1 de março de 2023

A CARRANCA MISTERIOSA

 Para quem não sabe, CARRANCA (em Náutica) é a figura ornamental esculpida em madeira, geralmente representando formas femininas ou de animais, com que era decorada a proa dos navios, entre os séculos XVI e XIX.

 

A CARRANCA MISTERIOSA

(Conto fantástico)

Em pleno alto mar, quando havia luar o chamamento era ainda mais forte, a ponto de se tornar irresistível. Corria o ano de 1522.

Naquela noite a lua cintilava excepcionalmente, com uma luz clara e brilhante.

Enrique caminhava cautelosamente, evitando fazer o mínimo ruído. Dirigia-se para a proa da embarcação, onde se encontrava a figura da deusa, senhora dos seus pensamentos.

Esculpida em madeira, integrada na proa da nau, a deusa rebrilhava na escuridão.

Como acontecia todas as noites, ao sentir a aproximação do marinheiro, ela voltou a cabeça, mantendo o corpo firmemente agarrado ao seu suporte de madeira. Sorriu, com o seu ar luminoso.

Ele soergueu-se o mais possível e depositou um beijo nos lábios entreabertos da sua amada.

Com as mãos presas ao poste que a sustinha, a deusa apenas podia oferecer-lhe o rosto que ele, afagando meigamente, cobria de beijos.

Soprava uma leve brisa que fazia ondular docemente as águas do mar, trazendo consigo um agradável cheiro a maresia.

As noites eram passadas num suave enlevo, entre carícias e juras de amor. Só quando a aurora começava a surgir no horizonte é que ele, depois de um prolongado beijo, se retirava tão silenciosamente como chegara. Não podia atrair as atenções dos outros marinheiros e muito menos revelar o seu segredo amoroso.

Esta paixão tinha surgido havia um mês, numa noite em que o marujo, incomodado com o calor, deixara o beliche de madeira sem colchão em que tentava adormecer e se dirigira para o convés, a fim de se refrescar com o ar nocturno e a brisa marítima.

Caminhando ao longo do barco, avistou, à proa, uma sombra que movia a cabeça na sua direcção.

Intrigado, dirigiu-se, cautelosamente, para o local. Foi quando ouviu uma voz sussurrar meigamente o seu nome. Aproximando-se mais confiante, constatou que a deusa esculpida na proa do barco estava movendo a cabeça e olhando-o nos olhos, com um sorriso que lhe iluminava o rosto.

Inicialmente petrificado, como que deslizou para junto dela. Estendeu a mão, tocando-lhe nos cabelos. Completamente subjugado pelo seu encanto, apenas murmurava:

- Minha deusa!

Manteve-se ali a noite toda, embriagado de felicidade.

O dia seguinte foi interminável. Meio adormecido ia desempenhando as suas funções que, por aquela altura, não eram muito trabalhosas. Ansiava pela noite para poder confirmar se o que vivera na noite anterior não passara de um sonho.

Quando anoiteceu e o barco caiu num silêncio profundo, Enrique, com todo o cuidado, levantou-se e dirigiu-se, sem hesitar, à proa, onde a deusa já o esperava.

Trinta noites se passaram sem que de tal se apercebesse.

Estavam os dois enamorados conversando mais uma vez quando começou a levantar-se um vento manso, que em breve se tornou forte, passando a furioso.

Soprava de Barlavento com tal violência que a caravela rodopiava. O balanço era assustador. O barco oscilava de bombordo para estibordo; as ondas, altíssimas, varriam o convés. O comandante andava como louco, dum lado para outro, vociferando ordens, sem saber bem o que fazer, já que a tempestade o apanhara de surpresa.

A acostagem estava fora de questão. Encontravam-se em alto mar, sem qualquer porto à vista. As anteparas ameaçavam ruir de um momento para o outro.

Bastante contrariado o comandante viu-se obrigado a tomar uma medida que se revelou não surtir qualquer efeito – alijar a carga. Nada se mantinha no seu lugar, tudo se movia numa dança frenética, no meio do barulho ensurdecedor da tempestade.

O timoneiro esforçava-se, em vão, por manter o leme firme. A bússola girava em todos os sentidos, descontrolada, semelhando um catavento.

Um balanço mais forte fez o barco inclinar-se todo para estibordo, ao mesmo tempo que ondas alterosas levantavam os marinheiros ao ar, arremessando-os para o mar. No meio das águas fortemente batidas pelo vento, na noite profundamente negra, os homens esbracejavam tentando manter-se à tona de água.

Enrique, passado o atordoamento causado pelo embate das ondas no seu corpo, tentou manter a calma no meio daquele inferno. Cortando as ondas agitadas foi nadando devagar, lutando com todas as forças, na direcção da proa. Uma onda fortíssima fez afundar a frente do barco no preciso momento em que Enrique estava a chegar lá. Mergulhada na água, a deusa, pela primeira vez, desprendeu os braços do poste em que se encontrava presa, puxando para si o marinheiro, levando-o, suspenso no ar, quando a embarcação voltou à posição normal.

Tão inesperadamente como surgira, o vento acalmou, as ondas desapareceram, e o mar entrou em calmaria.

O marinheiro continuava preso à sua amada que, agora com os braços soltos, o apertava carinhosamente contra o peito. Subitamente, um raio de luz fortíssimo desceu do céu, incidindo sobre o corpo da deusa, desprendendo-a do mastro que a aprisionava. Libertos e abraçados, ambos caminharam pela embarcação deserta. Ele segurou firme o leme e o barco desapareceu na noite rumando ao desconhecido.

Momentos depois foram avistados por um barco que navegava em alto mar, cujos marinheiros juraram ter visto, a sobrevoar o barco dos enamorados, um ser alado duma beleza resplandecente, brilhando mais que mil sóis, que os guiava na noite escura.

 Maria Caiano Azevedo

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

15º. ANIVERSÁRIO

 15º. ANIVERSÁRIO

Minhas querida amigas e meus queridos amigos

Como o meu estado de saúde ainda não é famoso, a disposição ressente-se, e a vontade de escrever assim como a própria inspiração… desaparecem.

Mas como o calendário mostra que hoje é o dia 14 de Fevereiro – para além do Dia dos Namorados é dia de Aniversário desta minha/vossa CASA – e eu não preparei nada de especial para esta data…com a vossa permissão vou repor aqui o texto de um dos muitos Aniversários que já por cá passaram.

Obrigada pela vossa compreensão.

 

FESTEJAR OU NÃO FESTEJAR O ANIVERSÁRIO

No meio de todo o stress do dia-a-dia nada mais justo do que festejar o  Aniversário não fazendo nada.

Isso foi o que REALMENTE pensei. Mas… como conseguir isso?

Fácil – ir até à praia e aí esquecer tudo e todos. Levar o computador – afinal o aniversariante, o blogue, está dentro dele – estender a toalha na areia e deitar-me (com ele, computador, ao lado) e simplesmente ignorar o mundo que nos rodeia…

 Mas… nesta altura do ano, no nosso país, a praia é pouco convidativa.

Posta de parte a ideia da praia… que tal ir conhecer uma maravilha da Natureza? As Cataratas do Iguaçu, por exemplo (sempre foi o meu sonho).

Ná… é muito longe, e um dia só não chega para ir e vir, quanto mais para conhecer.

Não fazer nada é tão difícil! Não me ocorre nada sobre como não fazer nada… Ou antes, as ideias que me vêm à cabeça são totalmente impraticáveis.


E, pensando bem,  a verdade é que festejar Aniversário até é bom. É o mesmo que celebrar a própria vida,  além de contribuir para o nosso equilíbrio emocional.

Isto não são palavras vãs. Quantas vezes, ao longo destes onze anos, esta “CASA” me serviu de refúgio, ajudando a pôr em segundo plano preocupações, arrelias, pequenas depressões, situações difíceis que me pareciam insuportáveis…enfim, aborrecimentos com que a vida se encarrega de nos presentear de vez em quando?

Por falar em presentear… tenho que arranjar alguma coisa para dar de presente aos convidados. Eu não vou convidar ninguém, é claro, mas todos nós sabemos como é, aparecem mesmo sem ser convidados! E depois, não ter nada para oferecer… é uma vergonha, convenhamos.

Sabem que mais? Vou já para a cozinha, para não ser apanhada desprevenida. Vejam o que vou preparar…

Aperitivos, salgadinhos,  petit fours, alguma fruta… que sabe sempre bem...


E, para terminar… TCHAM, TCHAM, TCHAM, TCHAM,!

Uma fatia de bolo e… Tchim, tchim… 

Escolham a língua em que mais gostarem de brindar e... brindem comigo!

Saúde! ; Salud! ;  Santé! ;  Cheers! ;  Prost! ;  Proost! ;  Cin Cin! ;  Za Zdorovye! ;   Skål! ;  Şerefe! ;  Yamas! ; Na zdorowie! ;  Kanpai!

(Portugal, Espanha, França, Estados Unidos / Inglaterra, Alemanha, Holanda, Itália, Rússia, Dinamarca/ Noruega / Suíça, Turquia, Grécia, Polónia, Japão)

 OBRIGADA A TODA/OS PELA VOSSA PRESENÇA! 

domingo, 29 de janeiro de 2023

MOMENTO DE POESIA - E DEPOIS DO AMOR

 

E DEPOIS DO AMOR

 De mãos dadas

Nos olhámos em silêncio

E sem palavras

Dissemos tudo


Dedos entrelaçados

Bocas unidas

 Corpos frementes

 Viajámos no espaço

 

À nossa volta

A quietude da noite

 

Repousamos agora

Lado a lado

Exaustos

Tranquilos

Ainda unidos.

Para sempre unidos.


Mariazita



Maria Caiano Azevedo 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

FELIZ ANO 2023

 


FELIZ ANO 2023

Eis que se aproximam, a passos rápidos, as doze badaladas da meia-noite do dia 31 de Dezembro de 2022.

No ano que vai nascer unamos as mãos e os corações para pedir, acima de tudo, PAZ. Os tempos que temos vivido têm sido tão conturbados que nos levam a desejá-la mais do que tudo.

“Paz na Terra aos Homens de boa vontade” – Vamos todos orar para que a “boa vontade” surja sem demora nos homens que detêm o poder de modificar o mundo.

Feliz Ano Novo, Feliz 2023!


terça-feira, 20 de dezembro de 2022

É NATAL

 É NATAL

Os problemas particulares relacionados com a minha mudança de casa estão, por agora, em “standby”, devendo manter-se neste estado por mais uns 6 meses, mais ou menos.

E como “um mal nunca vem só” – como diz o povo 😊 – adoeci ,há cerca de três semanas, com alguma gravidade – uma das minhas crónicas infecções pulmonares que, de tão “brava” me levou a partir uma costela, tal a intensidade e violência da tosse. Mas, enfim, o pior já passou, e com mais alguns dias (ou semanas?) estarei completamente recuperada.

Apesar de tudo não poderia deixar passar esta época natalícia sem vir dar-vos um abraço e desejar um santo e muito feliz Natal. E, se não nos “virmos” antes, que o Ano Novo nos traga Paz, acima de tudo e, se possível, alguma prosperidade.

Deixo-vos um conto que escrevi há uns anos, esperando que vos agrade.

O PINHEIRO

- Com tantos anos de vida ainda não consegui perceber porque me apelidaram de “manso”, Pinheiro Manso – murmurou o frondoso Pinheiro, voltando as verdes e finas agulhas na direcção de uma raquítica árvore que se encontrava a pequena distância.

- Ora, porquê! – respondeu a enfezada. Já tivemos esta conversa tantas vezes! Está muito bom de ver. Deram-te esse nome porque não tens a braveza dos teus primos, esses altivos pinheiros-bravos, que não se dão com os baixotes, só querem viver nas alturas…

- Acho essa explicação demasiado simplista…

- Sabes qual é o teu problema? – continuou a enfezadita – é quereres sempre saber a razão de tudo. As coisas são porque são, e pronto. Põe os olhos em mim: és capaz de me dizer porque é que eu sou assim tão raquítica? Não és, pois não? Eu também não sei, e vê lá se me preocupo…

- Xiu! – advertiu o Pinheiro. Aproximam-se pessoas. A conversa tem de ficar para mais logo. Agora cala-te, que eu faço o mesmo.

E ficaram em silêncio.

Um grupo de jovens caminhava alegremente em direcção ao Pinheiro.

Um deles, o mais alto, loiro e de olhos da cor do céu, aparentando ser o líder, abriu os braços ao alto e exclamou:

- Eu não vos dizia? Este Pinheiro não é um espectáculo?

- Sim – responderam em uníssono os outros jovens. Tu és o maior!

- Claro que sou. Por isso sou o chefe. E é como chefe que vos digo:

- Abram os braços, respirem fundo este ar puro, aspirem este delicioso cheiro a pinheiro…

E falando assim ele próprio executava os movimentos que convidava os companheiros a fazerem.

Por breves momentos só se ouvia o seu respirar profundo. Mas logo de seguida recomeçou a algazarra, rindo e falando muito alto, como se todos fossem surdos.

Um dos rapazes tinha levado um “Tablet” e em breve o silêncio da mata se encheu com os sons, em tom altíssimo, de uma canção em voga. A maior parte deles acompanhou a música em altos berros. Até os insectos fugiam espavoridos.

Pouco depois o líder disse:

- E se tratássemos das barriguinhas? a minha já está a roncar…

- Excelente ideia! – responderam em coro.

E todos, rapazes e raparigas, abriram as mochilas e retiraram de lá comida, copos de plástico, garrafas de refrigerantes e até uma toalha de papel, que estenderam cuidadosamente no chão e nela colocaram o lanche.

Sentaram-se todos em círculo debaixo da copa densa, arredondada, em forma de guarda-sol, do Pinheiro, e iniciaram o lanche alegremente.

Eram já cinco horas da tarde, tinham feito uma grande caminhada para lá chegar, e o almoço há muito tempo tinha sido digerido. Todos comeram com grande apetite.

Como estava muito calor e a sede era bastante, rapidamente esvaziaram as garrafas dos refrigerantes.

Saciados o apetite e a sede, colocaram junto ao tronco do Pinheiro as garrafas vazias, copos, guardanapos… e até restos de sandes mordiscadas. Estenderam-se no chão, à sombra. Uns conversando outros dormitando nem deram pelo tempo passar, de tal modo se sentiam satisfeitos.

O sol começava a esconder-se quando o líder exclamou:

- Ei, malta! Temos de nos pôr a milhas! Não se esqueçam de que nos espera uma boa caminhada. Já vamos chegar a casa de noite…

Puseram-se todos de pé e, sem mais demoras, iniciaram a descida. Ninguém se lembrou de recolher o lixo que tinham colocado junto ao Pinheiro.

Ouviu-se um profundo suspiro. O Pinheiro murmurou, tristemente:

- Já viste, vizinha? Respiraram o nosso ar puro, sorveram o nosso belo aroma, aproveitaram a minha sombra, nem sequer respeitaram a paz e o silêncio de todos estes seres que aqui vivem e, como agradecimento, foram-se todos embora deixando para trás o lixo que trouxeram com eles…

- Já devias estar habituado, Pinheiro. É sempre assim…

 Algum tempo depois podiam ver-se numerosas gotas transparentes pendendo das agora escuras agulhas.


- Orvalho – dizia quem passava.

Não, não era orvalho, eram lágrimas de tristeza.

Lágrimas, sim, que as árvores também têm sentimentos.

 

Um grupo de crianças que passava saltitando alegremente, parou de repente olhando atentamente para o Pinheiro.

- Olhem, olhem, o Pinheiro está a chorar! Com certeza não vai receber prendas de Natal, e por isso está triste.

A mais velhinha teve uma ideia:

- Vamos levar-lhe estas bolinhas e fitas. Talvez ele fique contente!

Correram para o Pinheiro e enfeitaram-no com tudo o que levavam para as suas festas.

O tecido das fitas coloridas absorveu a humidade das carumas e o pinheiro deixou de chorar.

E os olhos inocentes das crianças viram o brilho de reconhecimento e gratidão nos olhos do Pinheiro.

Todas as crianças convidaram os pais para irem ver o Pinheiro que, de tão feliz, irradiava uma luz especial que iluminava a noite escura.

Os pais olhavam, encantados e ao mesmo tempo surpresos por nunca terem notado a presença daquela magnífica árvore.

O amor das crianças operara o milagre.

E assim o Pinheiro triste  transformou-se na Árvore de Natal da aldeia.

Maria Caiano Azevedo